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Arquitetos: Studio Zanskar, TAU Arquitetos
- Área: 455 m²
- Ano: 2025
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Fotografias:Lela Leme
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Fabricantes: Celite, Deca, Futton Company, Mekal, Portobello

Descrição enviada pela equipe de projeto. Uma casa viva. Inspirada no significado do termo egípcio per ankh, que pode ser traduzido como "casa da vida", a Casa Ankh pretende estabelecer uma coextensão entre corpo, ambiente e vida cotidiana. Localizada em um lote rural no interior de São Paulo, a Casa Ankh foi concebida como uma resposta sensível ao entorno natural que a cerca. Implantada em um extenso terreno com acentuado declive, a residência dialoga com a topografia acidentada e valoriza a paisagem montanhosa ao fundo, incorporando a natureza presente como elemento fundamental de sua composição arquitetônica.

A residência possui em seu programa 455m², distribuídos através de quatro módulos independentes, organizados em torno de um pátio central que atua como ponto de encontro e contribui para o conforto térmico. Este pátio além de proporcionar respiro e introspecção, torna-se denominador comum entre as construções. O módulo social composto por sala e cozinha abre-se em generosos vãos voltados para o poente. Sua varanda permite o enquadramento da paisagem, além de, através de um generoso beiral de concreto, amenizar o sol intenso durante a tarde. Integrada a este volume está a ala íntima da proprietária, composta por uma suíte master, um banheiro e um closet.



Um segundo módulo abriga o quarto da filha, configurado como um mezanino com acesso independente, promovendo autonomia e privacidade para a jovem. Na fachada leste, o ateliê se estabelece como núcleo criativo e ponto de encontro da família, enquanto a ala técnica com garagem e áreas de serviço posiciona-se estrategicamente ao sul, proporcionando resguardo em relação à via lateral de acesso.

A implantação da casa se dá em uma cota semi enterrada no terreno, abaixo do nível da rua, calculado para permitir uma boa relação de corte e aterro, além de preservar a vista da paisagem montanhosa ao fundo.

O paisagismo que foi concebido como extensão do projeto arquitetônico, foi setorizado por quadrantes e microclimas. Na porção superior do terreno, de caráter árido e exposto, inspirou-se no cerrado brasileiro, com espécies nativas e de baixa manutenção. Próximo à cozinha, hortas funcionais, ervas aromáticas e pequenos pomares fomentam o uso cotidiano, ativando a relação entre habitar e cultivar.



A materialidade reforça o discurso de permanência e robustez: diante disso, optou-se por lajes planas em concreto aparente, garantindo uma morada duradoura, resistente e de baixa manutenção, preceitos que sempre estiveram presentes no projeto. Beirais em balanço controlam a incidência solar e reforçam a volumetria expressiva dos blocos, enquanto os materiais em sua maioria naturais e de origem local contribuem para uma estética atemporal, como a textura de recobrimento externo da casa, feita a partir da terra do próprio terreno. Um ponto de destaque é a utilização da pedra, que no projeto aparece sob diversas formas, como revestimento, muro de arrimo e piso das áreas externas.

Mais do que um lugar para morar, esta casa foi projetada para integrar pessoas, materiais e paisagem de forma equilibrada, como uma parte que se conecta intrinsecamente com o todo: a própria vida.




































